ANALISANDO 1-Corintios 14:2.






ANALISANDO 1-Corintios 14:2.


O que significa, "ninguém o entende", parte contida no texto de 1-Corintios 14:2 - (Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios - acf) outras versões dizem (Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios - ARA); (Porquanto quem se expressa em uma língua "estranha", não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o compreende, pois em espírito fala mistérios, - KJA - King James Atualizada ) Convém observar que a palavra grega “eteros” significa“outro”,”semelhante”, “diferente”, e não “estranha”, pois o termo "estranha" (a qual querem fazer ter o significado de uma linguagem ininteligível e por isso desconhecida, o que da qual justificaria o fato de ninguém a entender), mas diversas versões do texto grego, não consta o termo "estranha", vejamos algumas versões do grego:

Nestle GNT 1904
ὁ γὰρ λαλῶν γλώσσῃ οὐκ ἀνθρώποις λαλεῖ ἀλλὰ Θεῷ· οὐδεὶς γὰρ ἀκούει, πνεύματι δὲ λαλεῖ μυστήρια·
Westcott and Hort 1881
ὁ γὰρ λαλῶν γλώσσῃ οὐκ ἀνθρώποις λαλεῖ ἀλλὰ θεῷ, οὐδεὶς γὰρ ἀκούει, πνεύματι δὲ λαλεῖ μυστήρια·
RP Byzantine Majority Text 2005
Ὁ γὰρ λαλῶν γλώσσῃ οὐκ ἀνθρώποις λαλεῖ, ἀλλὰ τῷ θεῷ· οὐδεὶς γὰρ ἀκούει, πνεύματι δὲ λαλεῖ μυστήρια.
Tischendorf 8th Edition
ὁ γὰρ λαλῶν γλώσσῃ οὐκ ἀνθρώποις λαλεῖ ἀλλὰ θεῷ, οὐδεὶς γὰρ ἀκούει, πνεύματι δὲ λαλεῖ μυστήρια·

Há, assim, nas edições mais confiáveis uma unanimidade em reconhecer que a palavra “estranha”, quando aparece, significa outro idioma, e que no original grego não existe a palavra “estranha”.
Repetindo: no texto original em grego, em At.2.4 “etérais glôssais” é traduzido correta e literalmente por “outras línguas”, e em 1Co 14.2, “ho lalôn glôsse” que significa “o que fala língua”, em ambos não existe a palavra que se traduziria por “estranha” ou “estrangeira”, nem “outra”. A palavra “estranha” foi acrescentada inicialmente na “edição revista e corrigida” de Almeida, e depois outras edições fizeram o mesmo, ou acrescentaram “outra” ou “estrangeira” ou “desconhecida”, com o mesmo objetivo de esclarecer o texto que literalmente seria apenas “falar língua”.
A palavra “estranha”, acrescentada, deu margem para que alguns leitores tivessem o entendimento que os pentecostais e carismáticos têm até hoje: línguas incompreensíveis dadas pelo Espírito Santo!
Veremos o que expôs Grant C. Richison - Verse by Verse through the Book of 1 Corinthians - (Verso por verso através do Livro de 1 Coríntios)
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For no one understands him;
“No one understands” is literally, no one hears, and the metaphorical idea is that no one (who does not speak that language) understands with comprehension. This does not imply that no man living could understand, but that no one present in the assembly could understand. The context of this verse is a diverse assembly of people from different backgrounds in the congregation at Corinth. People came from Europe, Asia, and Africa to trade in Corinth, and they spoke in many languages. These people needed translation of their languages to understand what was being said (interpretation — 14:13). If there was no native speaker of a given language in the congregation, then the language should not be spoken (4:10–11). All languages convey meaning (14:10–11). If no one was there to translate, there was no point in using the gift.
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Tradução:
Para que ninguém o entenda;
"Ninguém entende" é, literalmente, ninguém ouve, e a ideia metafórica é que ninguém (quem não fala essa língua) compreende com compreensão. Isso não implica que nenhum homem vivo pode entender, mas que ninguém presente na Assembleia poderia entender. O contexto deste versículo é um conjunto diversificado de pessoas de diferentes origens na congregação em Corinto. As pessoas vieram de Europa, Ásia e África, o comércio de Corinto, e eles falavam em muitas línguas/"idiomas". Essas pessoas precisavam de tradução das suas línguas para entender o que estava sendo dito (interpretação — 14:13). Se não houvesse nenhum falante nativo de um determinado idioma na Congregação, a linguagem não deveria ser falado (14:10-11). Todas as línguas transmitem significado (14:10 – 11). Se não havia ninguém para traduzir, não havia nenhum "sentido/razão/objetivo" em usar o dom.
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E o falar em "mistérios" μυστήρια ? - seria possível que este termo denote uma fala ininteligível e misteriosa? - novamente e de forma simples, Grant C. Richison demonstra que não:
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however, in the spirit he speaks mysteries.
A tongues speaker spoke “in the spirit” as opposed to understanding the language (14:14); that is part of the supernatural element of speaking in a foreign language without studying for it. If a speaker cannot understand the language he is speaking, the ideas in the language are not meaningful to him. Since this is so, only the speaker derives benefit from intention of what he said.
The Greek idea of mystery is a truth not previously disclosed. The word “mystery” does not carry the English concept of something mysterious but of something that God has not disclosed yet. Meaning of mystery lies outside the understanding until it is communicated within one’s known language.
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Tradução:
No entanto, em espírito fala mistérios.
Um falante de línguas falou "no espírito" em oposição à compreensão da linguagem (14:14); Essa é a parte do elemento sobrenatural de falar em uma língua estrangeira sem estudar para isso. Se, quem fala não consegue entender a língua que ele fala, as ideias na língua não são significativas para ele. Desde que isto é assim, só o falante deriva benefício de intenção do que ele disse.
A ideia grega de mistério é uma verdade que não "foi" anteriormente divulgada. A palavra "o mistério" não carrega o conceito inglês de algo misterioso, mas de algo que Deus não revelou ainda. "(Ou seja: a mensagem completa das boas novas, que aos poucos estava sendo divulgada)" Significado de mistério encontra-se fora da compreensão até que seja comunicada dentro de uma língua conhecida.
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Finalizando: (Ivete Cristã)
Os "mistérios" de que falam os adeptos do falar em línguas não são segredos ou "verdades secretas." A expressão "mistérios," nos escritos de Paulo, possui um sentido muito significativo. Isto também é verdade com relação ao Novo Testamento como um
todo . Paulo é aquele que mais extensivamente expõe o sentido de "mistério.", mas nunca como algo secreto, que pode (neste caso acerca do dom de línguas) sugerir alguma ininteligibilidade linguística, que da qual era o meio que os mistérios de Deus eram revelados, e que outrora estavam ocultos, ou seja: a mensagem de Cristo e de seu evangelho.

Ivete Cristã 20/01/2017



O Blog " Cessacionismo em Foco" agradece por esta contribuição de grande valia a irmã Ivete Cristã

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