Do Livro : "Fallible Prophets - Profecias Faliveis"




O enfoque particular deste estudo pertencerá ao da doutrina proposta da profecia falível. Um dos grandes desafios que tenho encontrado com este tema da profecia falível é que ele contém um grande número de conflitos e questões não resolvidas. 
_____________________________

Ainda que a perspectiva dos continuístas sobre o tema da profecia possa variar consideravelmente, a maioria sustenta alguma forma de profecia não-autoritativa e infalível para a igreja moderna. O que chama a atenção sobre este ponto de vista é que seus defensores insistem que o profeta do Novo Testamento é tanto falível e legítimo toda vez que profetiza. Por tanto, quando tal “profeta” fala, passa a entregar uma mistura de verdade e erro à igreja, mas apesar disto, tal profeta não é considerado como falso. Embora tais profetas afirmem receber revelações diretas de Deus, suas profecias faladas são frequentemente corrompidas por suas próprias “palavras meramente humanas” . Apesar de que um argumento mais profundo será desenvolvido ao longo das páginas deste livro, eu gostaria de apresentar várias razões pelas quais tal noção de profecia é problemática e inclusive perigosa para a igreja em todas as épocas:

• Os conceitos apresentados na profecia falível simplesmente mudam a significação do padrão da revelação do Antigo Testamento – invertem completamente o significado da profecia. Dentro do sistema da profecia falível, o profeta moderno não é visto como infalível, mas que agora deve ser considerado como falível. O argumento léxico para esta conclusão provém dos usos mais extremos da língua grega secular juntamente com outras fontes extra bíblicas. Assim, os defensores da profecia falível estão argumentando que os leitores do primeiro século do Novo Testamento veriam automaticamente a palavra profecia como tendo significados diametralmente oposto quando se refere à profecia do Antigo Testamento (infalível) frente à profecia do Novo Testamento (falível). Ao reestruturar o significado e definição de uma palavra tão central como a profecia, a doutrina da profecia falível cria uma série de problemas doutrinários e pontos de confusão dentro da igreja, que levanta interrogações sobre a natureza de Deus que promete que Sua Palavra revelada não voltará para Ele vazia sem haver realizado aquilo que Ele deseja (Isaías 55.11)

• Com a reestruturação da antiga definição da profecia, a doutrina da profecia falível efetivamente reclassifica o que as Escrituras definem como um profeta. Isto abre perigosamente as portas da igreja para os “entusiastas ou enganadores”. Por outra parte, o Antigo Testamento e o Novo Testamento nos lembram de que há provas prescritas que devem ser empregadas com o fim de determinar se um profeta era verdadeiro ou falso. Estas provas não só revelam o caráter do suposto profeta, mas expõe especialmente os afetos daqueles que aplicam bem ou ignoram tais provas. Meu argumento é que as redefinições proporcionadas pela doutrina da profecia falível quase erradicam as ditas provas prescritas, expondo assim o corpo de Cristo a inumeráveis tentações e perigos.

• No sistema da profecia falível, os membros são instruídos a separar as palavras de qualquer profecia com o entendimento de que uma mistura de verdade e erro fluirão do profeta legitimo do Novo Testamento. Dependendo da natureza de tal mistura, parte ou a totalidade de uma profecia falada poderia ser rejeitada com base na dita análise. Além de uma clara contradição com as Escrituras, as profecias pessoais têm poucos critérios objetivos pelo que se pode medir, deixando ao ouvinte com grande potencial para a confusão e a incerteza.

• A luz do ponto anterior cabe apontar que as consciências dos crentes podem ser desnecessariamente limitadas por supostas profecias que não se podem avaliar plena e objetivamente. Portanto, os crentes que são profeticamente exortados a tomar decisões importantes são deixados com a tarefa de discernir se é o Espírito Santo, ou o “profeta falível” quem está lhe falando. Em vista disto, há um grande potencial para a dúvida e a incerteza entre aqueles que desejam obedecer a Deus sob o guia da profecia falível.

• Dentro da doutrina da profecia falível, Ágabo é tradicionalmente utilizado como exemplo principal de um profeta falível do Novo Testamento (Atos 21.10-11). No entanto, há várias inconsistências relativas à interpretação e aplicação de seu exemplo. Se o exemplo de Ágabo é seguido logicamente (segundo a lógica da profecia falível), então nenhuma profecia falível exigirá jamais obediência de um crente devido à presença corrupta do erro. Esta realidade destrói a profecia falível de qualquer valor positivo ou propósito.

• A partir da norma da Escritura, não era pouca coisa que uma pessoa afirmasse ser um profeta de Deus. A Bíblia afirma de forma explícita só duas classes de profetas: Os Verdadeiros profetas e falsos profetas. No Antigo Testamento, a pena de morte caía sobre aqueles que falsamente afirmaram tal dom ou ofício. Contudo, de acordo com a doutrina da profecia infalível, nem um grave erro, nem uma falta de maturidade devem servir como uma barreira para o exercício deste dom por quase todos dentro da igreja local. Essa forma de pensar é uma tragédia para o corpo de Cristo que é chamado à santidade e a verdade em todos os aspectos da vida e o serviço.

Do livro - " THE FALLIBLE PROPHETS" ( Os profetas falíveis )

De - Michael John Beaslly

Agradecimento :
Cedido gentilmente em cooperação com o Blog "Cessacionismo em Foco "por Ivete Cristã .

Comentários